"Se houver força suficiente entre os jovens que para que peguem no testemunho dos críticos italianos, que criem festivais, que façam trabalho de selecção, trabalho de estímulo, é possível que o entusiasmo deles seja recuperado. Quando as pessoas se dispersam, acaba-se tudo! Há uma velha fábula: um velho está a morrer e chama os filhos à beira da cama. Pede ao mais velho: 'Traz essas flechas; ata-as umas às outras e tenta parti-las'. O filho tenta mas não consegue. O velho diz: 'Parte-as uma a uma'. E então já as consegue partir. 'Se permanecerem unidos nada vos acontecerá'. Mas no contra-provérbio georgiano, o velho moribundo quer dar esta mesma lição clássica e diz ao filho: 'Vá, tenta lá partir as flechas'. O miúdo tenta e parte-as mesmo. Diz o pai: 'És um cretino e hás-de ser sempre um cretino!'.
Aqui está a resposta à vossa pergunta sobre o humor georgiano."

(Otar Iosseliani, Cinemateca Portuguesa)