terça-feira, 30 de outubro de 2007

Photobucket

Rensenbrink (2)

"Since quitting as a player, Rensenbrink, whose introvert modesty makes Dennis Bergkamp look like Dennis Rodman, has kept an extraordinary low profile. (...)
He still has no desire to become a coach -- 'coaches age faster' -- and has spent much of the last twenty years fishing. 'I like fishing, but not every day. I have a garden. I have a house. I have a family. I live. I have fun. I prefer to be quiet.' He watches football, but is amused by the 'nonsense" talked by most pundits: 'They talk about it like it's an academy subject, but in the end it's a simple game. After all the theories, all you need is eleven good players and a trainer who tells them to stand in the right place.'"

("Brilliant orange: the neurotic genius of dutch football", David Winner)

Rensenbrink (1)

"'He was as good as Cruyff', says the legendary Belgian Raymond Goethals, Anderlecht's coach in the 1970s who later led Marseilles to their 1993 European Cup-final win over AC Milan. 'But completely different. Cruyff was a coach on the field; Rensenbrink was a introvert.' In Rensenbrink greatest year, 1976, he was probably the best player in the world."

("Brilliant orange: the neurotic genius of dutch football", David Winner)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

sobremesas

Se panquecas:

You Belong in Amsterdam

A little old fashioned, a little modern - you're the best of both worlds. And so is Amsterdam.
Whether you want to be a squatter graffiti artist or a great novelist, Amsterdam has all that you want in Europe (in one small city).


Se doce de limão:
You Belong in Barcelona

When it comes to Europe, you don't want to decide between culture and fun. You want art by day and a big party by night.
Barcelona is ideal for you. You can check out some Picasso, eat some tapas, take a siesta, and then dance all night!

Fuller (3)

Fuller (2)

"Sam Fuller é provavelmente o talento mais explosivo que alguma vez abriu caminho através de Poverty Row. Excêntrico, iconoclasta e na tradição do jornalismo tablóide (Fuller começou como repórter e um dos seus filmes mais pessoais, "Park Row", trata do primitivo jornalismo nova-iorquino), os seus filmes ostentam todos a mesma vibrante marca individualista. Um dos poucos realizadores americanos com orçamentos baixos que escreveu e dirigiu de modo consistente a maior parte dos seus filmes, teve de fazer muito menos compromissos em relação ao seu material que qualquer outro dos seus contemporâneos, apesar de ter tido ainda de se contentar com actores ou prazos inapropriados. Contudo, no caso de Fuller, ele foi geralmente capaz de transformar mesmo as restrições mais castradoras num estilo espantosamente consistente e excitante. Os seus filmes estão repletos de um trabalho de câmara significativamente inventivo com padrões de montagem pouco habituais e complexos que têm tanto de extraordinariamente ousados como de extremamente pessoais. Escreveram-se vários livros sobre a sua obra em França, Inglaterra e Alemanha, mas o reconhecimento americano há muito que lhe é devido. Os seus westerns ― "I Shot Jesse James", "Run of the Arrow", "Forty Guns" ― não só são diferentes e contracorrente como estão também cheios de um certo tipo de autenticidade belicosa. Além disso, fez os únicos filmes de guerra que parecem feitos por um homem que a viveu, coisa que fez como membro do 1º de Infantaria ("The Big Red One") durante a Segunda Grande Guerra. "The Steel Helmet", "Fixed Bayonets", "China Gate", "Merrill's Marauders", "Verboten!" estão completamente isentos do sentimentalismo ou da piedade que enforma a maior parte dos filmes sobre homens em guerra; fica-se com a ideia de que era realmente assim ― amoral, totalmente destrutiva, insuportavelmente intensa e claustrofóbica.
Os filmes policiais de Fuller são igualmente terríveis, sendo os melhores "Pickup on South Street" e "Underworld, U.S.A.", definitivamente clássicos e revelando juntamente com os outros, "The Crimson Kimono", "Shock Corridor", "The Naked Kiss", um lado decididamente não glamoroso e frequentemente escabroso da vida americana moderna. ("House of Bamboo" transportou os seus desagradáveis americanos para o Japão, dando deles uma imagem igualmente implacável.) Frequentemente extremista, a sua visão do mundo reflecte-se em amplas pinceladas expressionistas e pertence inteiramente ao cinema; imprimiu o seu entusiasmo intransigente e incontrolável pelo cinema em cada plano que realizou."

("Nacos de Tempo ― Crónicas de Cinema", Peter Bogdanovich, Livros Horizonte, 1986)

Fuller (1)

Photobucket

Torno-me obsessivo e bem chato quando um qualquer realizador me cativa. Não repouso enquanto não vir tudo o que me é possível ver do homem. Foi assim neste último ano com Ford (uma tarefa no patamar da idiotice se pensar nos seus 140 filmes), Lang, Preminger, Buñuel ou Mizoguchi; foi assim noutro passado com Ray, Hawks, Wilder (ando com uma vontade daquelas de rever "Ace in the Hole" e "Stalag 17"), Ozu, Powell e Pressburger, Dassin ou Melville; e por estes dias é assim com Fuller. "Steel Helmet", "Pickup on South Street" e "Forty Guns" são filmes de eleição; "I Shot Jesse James", sua primeira obra, deixou-me banzado. É em definitivo um realizador cá da casa e o meu vício mais recente. (Ulmer e Siodmak, de quem já vi alguma pouca coisa, parece-me, seguir-se-ão.) Vou acender já uma velinha para que a Criterion lance quanto antes "Park Row" - o favorito do próprio Fuller - e "Underworld U.S.A.".

quarta-feira, 24 de outubro de 2007



* meio à boleia do doclisboa.

domingo, 21 de outubro de 2007

Teachers

I met a woman long ago
her hair the black that black can go,
Are you a teacher of the heart?
Soft she answered no.
I met a girl across the sea,
her hair the gold that gold can be,
Are you a teacher of the heart?
Yes, but not for thee.

I met a man who lost his mind
in some lost place I had to find,
follow me the wise man said,
but he walked behind.

I walked into a hospital
where none was sick and none was well,
when at night the nurses left
I could not walk at all.

Morning came and then came noon,
dinner time a scalpel blade
lay beside my silver spoon.

Some girls wander by mistake
into the mess that scalpels make.
Are you the teachers of my heart?
We teach old hearts to break.

One morning I woke up alone,
the hospital and the nurses gone.
Have I carved enough my Lord?
Child, you are a bone.

I ate and ate and ate,
no I did not miss a plate, well
How much do these suppers cost?
We'll take it out in hate.

I spent my hatred everyplace,
on every work on every face,
someone gave me wishes
and I wished for an embrace.

Several girls embraced me, then
I was embraced by men,
Is my passion perfect?
No, do it once again.

I was handsome I was strong,
I knew the words of every song.
Did my singing please you?
No, the words you sang were wrong.

Who is it whom I address,
who takes down what I confess?
Are you the teachers of my heart?
We teach old hearts to rest.

Oh teachers are my lessons done?
I cannot do another one.
They laughed and laughed and said, Well child,
are your lessons done?
are your lessons done?
are your lessons done?


(Leonard Cohen)

infindável agonia

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

here's johnny

"I tell Rep a story Jan Mulder told me: 'Johnny Rep was a fantastic player and such a great mouth. In one game I remember the referee, Frans Derks, our first gay referee, gave wrong offside decision. We were all arguing with him and then Johnny came over and said to him, very seriously, very aggressively: "Frans, you do that one more time and I won't give you a blow-job tonight." There was shocked silence for a second and the Frans burst out laughing. It was fantastic!"

("Brilliant orange: the neurotic genius of dutch football", David Winner)

o dom

Não li nenhum dos seguintes livros (nem os comprei, sequer) mas estou capaz de garantir que, fora o "Pais e Filhos" do Turguéniev e o "A Sonata de Kreutzer" do Tolstói -- os dois da Relógio d'Água, os dois geniais, os dois já lidos --, estes são três dos lançamentos indispensáveis de 2007 cá na terra:

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

* O primeiro, assegura-me gente de bom gosto certeiro, é um livro "bigger than life"; o segundo é pertença de Saabye Christensen -- um dos meus autores ("Beatles", "Herman") -- e tal basta-me; o terceiro é a obra prima de Andric, galardoado com o Nobel sabe Deus quando, de quem recomendo o belo e breve "O pátio maldito". Isto tudo, tudinho, da Cavalo de Ferro (que devia estar obrigada a presentear-me com diversos livros de forma bem gratuita).


(Adenda: junte-se o novo McEwan ao lote dos indispensáveis deste ano; não li o novo McCarthy; e ando (muito espaçadamente) entretido com o "Corre, Coelho" do Updike.)

Paul Newman, o crítico sucinto

After an early screening of the film, Altman recalls that "Paul Newman came up to me and said, 'I know what this picture’s about. It’s about getting to see the tits of the girl whose tits you don’t care about seeing, and not getting to see the tits of the girl whose tits you want to see.' And I said, you’re absolutely right."

* sobre "The Player", 1992.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Bo-bo-chini



"¿Cómo explicarlo? Era Woody Allen jugando al fútbol: un cuerpo insuficiente para cualquier cosa, una cara adecuada para el fracaso, un talento punzante, veloz, inmenso. Era como ese ladrón que ausculta la imposible caja fuerte mientras sus dedos le sacan el secreto a la clave; hasta que de pronto... clic. Sí, señor; un balón jugado por él abría todos los candados defensivos. Le bastaba un toque: clic.
Se llama Ricardo Bochini, alias el Bocha, y dejó el fútbol a principios de los noventa, con treinta y siete años de edad. Mide 168 centímetros y pesa 67 kilos. Su cabeza es como una cancha de pueblo, pelada en el centro; su tronco, de plastilina, y sus piernas, de alambre. Clara demonstración de que en el fútbol el aspecto no hace al ídolo.
Jugaba con el número 10, número que arrastra la sospecha, en este caso confirmada de ser poco trabajador; su pierna era la derecha, pero nunca supo pegarle a la pelota; a lo sumo, la empujaba. Cabecear, tampoco, porque tenía cuatro pelos y no era cuestión de ponerlos en peligro. A entrenar no iba mucho, y cuando se decidía, llegaba tarde. No se apresuren a juzgarlo: era un genio que usaba la cabeza para pensar milagros, el pie derecho para hacerlos y el cuerpo para contarles mentiras a los rivales. Aun así, ¿cómo explicarle su grandeza a un europeo?
Él era la síntesis del conjunto de vicios y valores más característicos del jugador argentino, quien supo condensar una filosofía popular que prestigia la técnica y la creatividad al tiempo que condena el sacrificio. Cierta vez le preguntaron por Johan Cruyff, y su respuesta fue casi una definición: 'Corre mucho, pero juega bien'. Siempre le pareció una contradicción, además de una extravagancia, que alguien dotado para jugar bien se pusiera a sudar. El Bocha nunca vio la necesidad, francamente."

(Jorge Valdano, "El miedo escénico y otras hierbas")

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Peste Emocional

Look the way she walks, hear the way she talks.
The Velvet Underground

Foi o ano da peste,
das colheitas perdidas.
Andei ao pé coxinho
de pedra para pedra,
a côdeas de futuro,
de janeiro a janeiro.
Ainda trago marcas
nos braços e nas testa.
Nunca a minha alma
levou tanta porrada.
Nem livros me sofriam
na fustiga do olhar.
Dormia desamor,
acordava mal estar,
corria sem café
para a forca do emprego.
Ficou-me desse giro
desses fundos da geena
a tola convicção
de que, pronto, já passou.


(José Miguel Silva, "Vista Para Um Pátio seguido de Desordem" (2003), Relógio D'Água)

Pavese

"23 de Novembro, 1937.

A única alegria neste mundo é a de começar. É belo viver, porque viver é começar, sempre, a cada instante. Quando esta sensação desaparece - prisão, doença, hábito, estupidez - deseja-se morrer.
É por isso que quando uma situação dolorosa se reproduz de modo idêntico - parece idêntica - nada apaga o horror que tal coisa nos provoca."

("O Ofício de Viver", Relógio d’Água)

Ambition

"Dwell on uncomplicated beauty: The landscape, the sun on your face. Nothing touches you. Keep the image of your death cheerfully before you at all times. Gain perspective. Seek to clarify and comfort, not to obscure or mystify. Your aspirations are pointless; your ambitions come to nothing."

* curta de Hal Hartley, 1991.

take II

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Um blogue para mim. Um blogue apático, hedónico, misantropo e pedante. Uma espécie de diário e pouco mais.

Arquivo do blogue

«I always contradict myself»

Richard Burton em Bitter Victory, de Nicholas Ray.