sábado, 26 de julho de 2008

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(é ler o rico texto do Ricardo Gross)
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(só mais isto:)

SIGO A NOITE e só de noite me lembro de ti.
Só de noite sinto a tua falta.
Escrevo nas estrelas que tu não vens
que tu não estás comigo
e as estrelas admiram-se.
Que fizeram de nós
do nosso amor
tantos campos tantas terras.
Só quando te beijo sinto o nome do teu corpo.
Um dia parto sem ti e morrerei.


(António Gancho, "O Ar da Manhã", Assírio & Alvim, 1995)

o Thomas Jefferson e o Sabiha Gökçen

Chego a Hendaya ou isso às sete da manhã de domingo com o M. e siga para Paris e etc. etc. etc.. Vou de comboio em comboio agarrado ao quase nada que me vai sobrando; pouco se deixa para trás; sempre fiel ao meu egoísmo. O A. apanha-nos em Paris. (Nota: comprar sandes para não vomitar até Hendaya - sim, conto beber até lá, beber pelo gargalo.) Gosto de referir que vou numa espécie de interrail, numa derivação de interrail, e não num interrail clássico, puro e duro, já que isso dá sempre uma imagem feia e imunda. Sou, de verdade, o inverso: um tipo limpo, asseado. Acresce a isto: mui comodista. O meu interrail será, assim possa, ao nível da viagem de comboio dos Whitman - detalhe novo ao terceiro visionamento de "The Darjeeling Limited" (dvd gentilmente emprestado pelo Hugo): macacos me mordam se na primeira cena da Anjelica Huston - quando a criançada se decide a aparecer-lhe pela frente no tal convento no sopé dos Himalaia - ela não vem abraçada com todas as forças do seu ser a um livro sobre o Jefferson, sobre o Thomas Jefferson. This just keeps getting better and better. O Obama falou em Berlim para uma floresta de gente e eu não ouvi e eu ando muito a leste. Passo por Berlim, disso sei. E pela Sérvia. O Chaves conta que as miúdas mais giras do mundo estão na Bósnia (parece que não se passa por lá, não é certeza); quer que lhe compre uma Leica no mercado de Sófia. Vou na passeata por ser o mais bonito e o mais perdido dos três: quem caminha de lado algum para lado algum. Falta na viagem o amigo Carlos e é uma pena daquelas. Quero parar em Leuven pela Kimmy: quero vê-la: quero revê-la: quero dizer-lhe olá e adeus. Na Holanda fica-se em Delft, em casa da Sofia que anda a tirar doutoramento ou semelhante. A verdade é que ter já lido Yates (e o próprio jovem Torless) com uma idade decente, pode e deve colocar-me numa posição modestamente invejável para suportar toda uma vida de pequenos e sucessivos fracassos. Não comprei o "Lacrimae Rerum", mas já estou fino do torcicolo e tenho uma nova almofada ortopédica. A Vera diz que sou hipocondríaco e picuinhas. Rejeito uma das duas. "Então és parvo", "Parvo é quem fala" pensei eu, mas para meu próprio espanto não o disse. Deixei cair o telemóvel na fresta do elevador e foi parar à cave e morreu e perdi-lhe o número. Nunca mais decorei um número de telemóvel desde um dia, desde um número tatuado no cérebro que nunca vai sair - por muito corajoso que um homem seja, não é corajoso em todas as ocasiões. Anda sempre com aquele rosto coquete, quase amuado. "Vamos finalmente ter uma briga para ver se há fio que valha a pena partir?", pensei e disse (não com este discurso afectado, mas bêbedo, sem dominar as palavras que saíam tortas e desordenadas como todas estas linhas). Os olhos dela fugiram; não respondeu. Com os diabos, eu nunca percebi quando me aproximar e afastar de uma rapariga. Um tipo aproxima-se de outra pessoa para se divertir ou para a amar; não há nada de mau nisso. Para não a fazer sofrer, de repente, esconde uma coisa. Assim começa o desastre. Eu fazia-a rir. Com a K dá igual: jogos mentais de idiota inato. "És contraditório", disse-me ela. Pois que sim. "Estás muito bêbedo?", "Seis e meio". Calha bem despedirmo-nos assim; não sei que pensar. Já não dá para ir ao lar e dizer adeus à dona Zizi, minha ex-vizinha; fui idiota em não ter ido quando podia. Ao tirar o passaporte fui obrigado a pentear o cabelo para trás das orelhas. Foi situação muito vexante, benza a Deus; daí fui cortá-lo e trinta euros. Levo muito livro, livro a mais: "Mocidade" do Conrad, "Men Without Women" do Hemingway (oh, o clichééé), Breece D'J Pancake (não conhecem, é só meu amigo e de mais ninguém), "Estação" do Nuno Bragança, "A puta e o lacaio" da Nina Berberova, e "Fuga sem fim" do Joseph Roth (rico título, amigo Roth). São todos minúsculos e é muito comboio. Já vos falei nas minhas Sanuk - um balúrdio mas há quer ser generoso com o dinheiro do jogo. O Brad Pitt, reparei, tem umas parecidas. Queria ainda agradecer ao João Leitão: foi proveitoso, isto. O meu nariz faz sombras para todos os lados - que maçada -, e tenho dores de barriga no cérebro. Troquei com o amigo W. o "Miami Vice" dele por uma cerveja, um croquete e dois dvd meus que detesto: o "Assassinos Natos" do Stone, mais o "American Psycho" não sei de quem - que duas boas merdas que não valem dois cuspos. Já falar neste preciso momento na contratação do Ricardo Batista faz tremer cada nervo meu, não apenas a voz - fiquei tão pálido como o papel. I am tired, I am weary / I could sleep for a thousand years / a thousand dreams that would awake me (...). Tenho andado envolto numa potentíssima corrente de sonhos. Não, palavra de honra, dispensava-os de bom grado. Provocam-me terror. Gostava de escrever horóscopos e cá me parece que a minha tartaruga Jakob está cega. Que me dizem desta chuva matutina de sexta? Cá aposto que desisto da viagem mal esteja a tentar fazer a mochila e nada lá couber. Espero estar dia 15 no Sabiha Gökçen.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

elogio a John Sayles

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Por ter inegável pinta - a minha ambição de vida passa, se chegar à idade de Sayles, por ter um cabelo semelhante, e ficar tão bem quanto ele de camisa de manga curta (é coisa de irem procurar às imagens do Google). Por ter 'n' entrevistas simpáticas no YouTube que revelam sagacidade à farta. Por ser próximo do grandioso David Strathairn (, e de Will Oldham, julgo eu.) Por ter uma carreira literária que desconhecia e com origens já antigas. Por ser, de parelha com Jarmusch, uma das vozes mais independentes e/ou originais do actual cinema americano. (Num patamar júnior a Sayles e Jarmusch, recordo dois nomes: David Gordon Green - que raio tem feito depois das maravilhas que são "George Washington" e "All the Real Girls"? - e Billy Ray - "Shattered Glass / Verdade ou Mentira" e "Breach / Quebra de Confiança".) Por pisar e repisar caminhos que outros seus conterrâneos não ousam. Por interesse desmedido em saber que terra é aquela em que nasceu; que gente de tamanhas diferenças ali habita. Por entender a importância da história mais íntima daquele país; que tal história deve ser escavada, exposta, e, se possível, compreendida. Por bem sentenciar que o passado não é assim tão passado quanto se julga, que os conflitos estão lá, sempre estiveram, nas mais fundas raízes americanas. Por a palavra ocupar lugar central no que realiza, sempre; ou te aborreces ou te vais encantando devagar pelo enredo delicadamente entrelaçado pela mente de Sayles. Por não recear ser político ("Silver City", 2004), nada por nada inocente - e daí correrá supérfluos riscos de impertinência que mais o prejudicam que outra coisa. Por, enfim, arriscar: saber que o sucesso ou o fracasso do que filma, no final, dará igual: winner take nothing (© Hemingway). Vamos pôr ordem nisto: não se pense que tenho por Sayles igual fascínio que tenho por Jarmusch, por exemplo (já que aqui se escreve sobre os ditos heróis independentes americanos). Mas não ver "Honeydripper", seu filme mais recente, em salas portuguesas (nem expectativas disso) é matéria que chegue para me atormentar a noite. Foi por "Lone Star", que vi algures nos meus catorze anos, que o descobri, que pasmado fiquei, e que de engodo serviu para o resto de Sayles; mas foi por "Silver City / Em Campanha" - achado numa Valentim de Carvalho a saldos - que a Sayles, muito tempo depois, voltei. Em boa hora. De subtil, "Silver City", nada tem ou intenta ter: Chris Cooper (outro dos próximos de Sayles) é Bush chapado, Michael Murphy é Bush pai, Dreyfuss lembra Karl Rove, etc., etc.; e admite-se que não será um Sayles de excelência (estou a pensar em "Matewan", 1987, e no já falado "Lone Star", 96). Compensa com um argumento sólido e inteligente. O argumento, precisamente aquilo em que Sayles - o lúcido Sayles, o totalmente lúcido Sayles - mais acredita.

este Rune é de uma simpatia quase indecente

AxelMusic.com Customer Service para eu

Hi Gonçalo,

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Kind regards,
Rune
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eu cá não vi o Deus Cohen: estava por essa altura com meia-dúzia de gente que não conheço e um trio de outra gente que conheço, algures em Sintra, ...

...a fazer não sei bem o quê tingido pelo álcool; todavia, e apesar de toda estupidez inerente à opção de não comprar bilhete para o concerto, o Deus Cohen ignorou "The Stranger Song" - facto que por si só me dá um conforto quase tão grande como este prodígio de confortabilidade:

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Aposto que o Deus Cohen era rapaz para calçar isto nos seus melhores dias. Como me vou arrepender tanto tanto de não ter ido ao concerto.

"encharcado até aos ossos"

(...) Quem descreve os períodos da vida em que perdemos a Graça não é um depressivo mas um realista: “Um pessimista é alguém que está à espera que chova. Enquanto eu já estou encharcado até aos ossos”, disse. Aqueles que atacam uma suposta componente “depressiva” esquecem que as canções de Cohen estão cheias de aceitação, ironia e compaixão. E não são só as canções, é o próprio homem. Quando Kurt Cobain se suicidou, Cohen fez o comentário mais humano do mundo: “I’m sorry I couldn’t have spoken to the young man”. A bondade é o vício dos profetas.

Cohen, o grande sacerdote, regressa esta noite a Lisboa, vinte anos depois do concerto do Coliseu. E nós que pensávamos que nunca (mais) o veríamos dizemos todos “Hallelujah”.



(Pedro Mexia, no P2 de Sábado)

Lang, 1941

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* que bem que ficava num corredor lá de casa.

Sebastião Alba vem comigo a Istambul

Tem sido um ano notável no que a livros diz respeitinho: tenho lido uma porrada de coisas muito edificantes, atraentes, espirituosas, e tragicamente lindas. Assim de cabeça: Daudet e Bolaño e Mário de Carvalho e, muito em especial, o Torless do Musil (que leva um trema no "o"), muito em especial e se não erro por muito, as páginas 181, 182, 183, 184 e 185 do Torless do Musil. Mais Saroyan e Cheever e Lorrie Moore. Mais Casares a rodos e, em iguais doses de muito em especial, Kleist, o bom do Kleist: "A Marquesa de O / O Terramoto no Chile" e "Noivado em S. Domingo". Cada uma mata o tempo livre à sua maneira, cada um tem o seu temperamento de pateta inato: leio, vejo, viajo, bebo. Eu não fumo. Enfim, o livro do post abaixo, é, será, suceda o que suceder até fins de Dezembro, o meu livro favorito lido em 2008. Sou capaz de me lembrar, juro, ainda que por alto, das narrativas dos onze contos que compõem o dito livro só pelo título dos mesmos - algo muito impossível aqui para o miolos de pisco. Richard Yates era todo ele uma tragicomédia errante, homem de eloquente sapiência que o álcool precipita, e a quem devo prestar culto uma vez por dia. Poesia? Aquele da Judith Herzberg, o único que vou lendo, a tal "poesia leve, em que cai a sombra dos dias e a os pesadelos da memória" como um tipo lê no prefácio do Jorge Silva Melo. Não ando com cérebro para mucho mais e aquilo faz-me boa companhia. Tenho um certo remorso ou uma certa vergonha por ainda não ter pegado no "Albas" (cartas, poemas, rascunhos do Sebastião Alba), livro que comprei por um preço obsceno de barato na Quasi. O meu livro de poesia de cabeceira, esse, continua desde há uns bons anos a ser o "Janelas Altas" do Larkin; julgo que tão depressa não sai de lá. Por ler? O novo Walser, o "Rayuela" e "Fome" do Knut Hamsun, livro prometido pela Cavalo de Ferro. Um tipo que tanto lê devia reter isto e aquilo com a infelicidade dos outros - com a minha apreendo pouco. A minha salvação é não pensar - sou todo passado e não me atrevo a pensar muito no futuro. Vou numa derivação de interrail com um par de amigos; destino: Istambul.

(To be continued...)

terça-feira, 15 de julho de 2008

na solidão tudo é permitido

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Richard Yates

FICA

Fica longe das pessoas de bom senso
fica perto dos apaixonados
nem que estejas só e não seja por ti
fica antes num luto perplexo
porque o bom senso é contagioso
e dá sempre cabo deles.


(Judith Herzberg, O que resta do dia, tradução de Ana Maria Carvalho, Cavalo de Ferro, 2008)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

a meio do ano (e mais um mês)

cinema:

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- The Darjeeling Limited, de Wes Anderson

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- No Country for Old Men/Este País Não é Para Velhos, de Joel e Ethan Coen

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- We Own the Night/Nós Controlamos a Noite, de James Gray *

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- Coeurs/Corações, de Alain Resnais

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- Le Voyage du ballon rouge/O Voo do Balão Vermelho, de Hou Hsiao-hsien

Estes cinco devem ser certinhos no final do ano. A ordem é mais ou menos esta; prometo pensar melhor no assunto. Cinco é um número bonito, que fica bem como lista de 1º semestre de 2008. Tenho mais dois ou três em mente que ficam, por ora, de fora (o Sokurov que por aí anda, o California Dreamin', e outro qualquer que esqueço de extrema importância para o meu ser). Tenho sentimentos antagónicos perante o do PT Anderson e perante aquele outro do Jesse James. Outros dois muito a meu gosto - que julgo sem estreia por salas portuguesas - e que transformam uma lista de cinco numa lista de sete:

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- Margot at the Wedding, Noah Baumbach

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- You, the Living, Roy Andersson

música:

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- Robert Forster, The Evangelist

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- Why?, Alopecia

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- Silver Jews, Lookout Mountain, Lookout Sea

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- Vampire Weekend, Vampire Weekend

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- Fleet Foxes, Fleet Foxes

Aqui sim, a ordem é absoluta e capazmente aleatória. Tenho escutado muito muito muito pouco e ando com um torcicolo filha da mãe desde que. E isto, a dor, o sofrimento, insiste em amplificar-se e tornar toda a minha vida penosa até ao limite - em especial toda a minha vida do meu lado esquerdo. Eu ando por aí na rua e atravesso estradas e, enfim, fico com aquela sensação de que aparento ser o Monsieur Hulot em ponto pequeno, com aqueles seus tiques privativos no andar - não é agradável, não dá grande cenário. E quando espirro? Parece que todo o meu esqueleto ameaça ruir. Posso estar a mentir se vos contar que escrevo isto com um colar cervical posto. Posso, por outro lado, não estar a mentir, e tal imagem entraria de chofre no top cinco dos momentos mais deprimentes da minha existência.

aquisições:

- Rochemback
- Postiga
- Caneira
- Grimi

Excepto o Grimi, que pouco me convence e pouco me aborrece, tinha eu também ido buscar sem hesitar por um microssegundo o Caneira e o Rochemback - ainda que o mesmo estivesse com mais dez ou vinte quilos em cima dos dez ou vinte quilos que já por si tem a mais; e em dois microssegundos também eu dava 2 milhões e meio por metade do passe do Postiga - não há cá fé alguma, é bom senso do mais puro nalgum talento que o amigo Hélder teima em reservar legitimamente só para si. Palminhas, portanto, a quem quer que mande naquilo (que só pode ser o bom do Doutor Miguel Ribeiro Telles). Acresce dizer isto: a) era importante começar o dito campeonato com, efectivamente, um guarda-redes de futebol profissional na baliza do Sporting Clube de Portugal; b) o Carriço, que no passado ano jogou no AEL Limassol do Chipre, comigo era titular; e c) o Rosado, evidentíssimo, também.

* é que gosto tanto desta cena.

sábado, 5 de julho de 2008

Pareceu-me tão triste ver-te sair sozinho com os teus sapatos novos.
Zelda Fitzgerald, numa carta ao seu marido, Fevereiro de 1932.



* epígrafe de "Como a Vida", Lorrie Moore, Relógio D'Água, 2003

Shepherd Yuda

...é o nome do herói do dia. É decorar, é decorar.

tenho cá uma anormal afinidade por gente húngara

this silly profession

AJH: I read in a interview that you paid 100 crowns for your diploma?

MJ: Yes, we had to do a viva to graduate and defend a topic, and an assistant professor was selling these topics, of course. So it's not really the whole diploma, as there were a total of five vivas we had to do, and it was only one that I paid for. It was international law, as I had no interest in that at all.

The two things I really liked were the philosophy of law, as the teacher was something of a liberal, and Roman law. After that I was an assistant lawyer for a while. If I hadn't chosen this silly profession (film-making), I would be a millionaire. It's to stupid to even think about. But after 1945, I decided to become a film-maker. (...)


(Miklós Jancsó entrevistado por um tipo chamado Andrew James Horton.)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

ângulos agudos

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(Explosions in the Sky, "First Breath After Coma")

'os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres'

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Quando a Relógio D'Água se lembrar de publicar isto, "Os irmãos Tanner", do Walser, não sei que diabo farei quanto ao resto da minha vida. Não sobra muito depois disso. Ainda não peguei no "Histórias de Amor", acho que por medo - a palavra que eu quero não é bem esta, "medo", é outra qualquer. Dei, a propósito, (e acho que a humanidade tem obrigação de o saber,) trinta euros na Letra Livre por este livro aqui há uns bons tempos:

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Está certo que ainda não toquei nele também. Dei o dinheiro de muito bom gosto, palavra, mas já prometi tentar não repetir a brincadeira. Eu queria, queria muito, odiar os Vampire Weekend. "Odiar" é mesmo a palavra certa. Há pelo menos uma meia-dúzia de gente conhecida cujo o gosto não tenho em grande conta e que muito gosta daquilo - razão suficiente para os desprezar na medida do possível. Dei por mim, na viagem para o casamento do J, e contra todas as expectativas em contrário, a gostar do álbum. Diria até: é das melhores coisas que ouvi em 2008, (até porque, em boa verdade, fora Why?, o novo Robert Forster e o novo David Berman, pouco mais escutei,) mas deve ser mentira, deve ser exagero do momento perante duas ou quatro viciantes canções que me fazem sorrir. 45 euros custa o bilhete para dia 10. Isto não anda nada fácil, isto está cada vez pior: é a roda que é bolha que é pirâmide. E lembrou-se, alguém, de pôr em palcos distintos quase à mesma hora estes tipos e o Jason Pierce - soa-me a séria candidata a ideia imbecil do ano. 80 euros se tiver uma necessidade premente de ver o amigo Dylan. Fico bem como tudo de camisa branca; é opinião consensual. As costas, como ainda me doem o raio as costas é coisa que me ultrapassa.

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«I always contradict myself»

Richard Burton em Bitter Victory, de Nicholas Ray.