quarta-feira, 27 de maio de 2009

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Não lembro a razão, está misturada com outras tantas histórias e esquecimentos menores de infância, mas um catalão (amigo do meu velho) ofereceu-me uma camisola do Laudrup era eu miúdo. À camisola juntou-se Romário (imenso Romário), Stoichkov, este mesmo Guardiola e aquele sempre encantador egocentrismo de Johan Cruyff*. Opor-me à ideia de ser do Barça ficou nítida e drasticamente impossível. É bom não cair na palermice: pode-se gostar pouco ou nada do Barcelona, do que representa, ou mesmo de Tom Henning Øvrebø (atente-se no preciosismo aqui demonstrado); não se pode é não gostar daquele cordão umbilical que liga a bola a Messi, Xavi, Iniesta e companhia restante. Um que dá a bola, outro que a recebe; joga-se a 11 como se ensina a jogar futebol de cinco. Que alívio, que paz, ninguém jogava tão lindo há muito tempo.

* "There is a development in football currently in which the most creative players - and that's mainly forwards - are the ones who have to run the most. In a team that plays defensively, the distance to goal for an attacker quickly becomes 50 metres. Defenders have to work less because of that and attackers have to run more. Because I play attacking football, my attackers only have to run 15 metres, unless they're stupid or sleeping. That's why I'd like to have Van Basten. I think i'm not your average trainer. I say don't run so much. Football is a game you play with your brains. You have to be in the right place at the right moment, not too early, nor too late. When my attacker is one-against-one, I always say: "let him do it himself". Then the players say: "aren't we going to help him?". And I answer: "In the first place, there's a large chance you'll get in his way, and secondly, as a second attacker you'll take a second defender with you and two-against-two is harder than one-against-one"."

Nieuwe Revu
February 1989

("Ajax, Barcelona, Cruyff: The ABC of an Obstinate Maestro", Frits Barend e Henk van Dorp, 1997, Bloomsbury, pág. 106 e 107)

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Richard Burton em Bitter Victory, de Nicholas Ray.