terça-feira, 17 de junho de 2008

a causa foi modificada:

este sacana, num texto de 1500 caracteres, consegue falar do Rosado e da terra do meu pai *

Terça-feira, 17 de Junho de 2008

Ide ver aqui o MacGuffin tentando produzir inveja. Uma pessoa quando vive em povoações que apenas devido ao acaso e à imprudência da Reconquista têm hoje a oportunidade de torcer pelo Cristiano Ronaldo, pelo Petit, pelo Deco e pelo Bosingwa, aglomerados semi-urbanos que, além do mais, são um peso incomportável para o orçamento devido ao paradigma da solidariadade do litoral com o interior, vem por meio de um presunto e da banda larga do guterres semear um pecado mortal na população cosmopolita e educada. População essa, aliás, de cujo suor sairam não só a auto-estrada, como,sintomaticamente, a ligação de Casa Branca a Évora, porque, é a realidade, o comboio não passa por Évora, foi necessário fazer derivar um ramal por uns quilómetros a partir da linha principal para que o excelente Intercidades lá chegasse. Claro que contra o presunto eu poderia colocar aqui a lista das peixarias a menos de 500 metros da zona de rebentação que podemos encontrar desde Caminha a Vila Real de Santo António. Mas não vou por aí. Basta referir-me ao pão. Vidigueira? Torrão? Bons pães, não duvido; mas como mihares de outros. Depois do peixe e do Diogo Rosado, a maior riqueza de Portugal é o pão. Custa-me que a magnificência da panificação portuguesa seja tão pouco laureada. O pão de Pernes, conhecem? Não faz mal, é tão bom como o de Martim Longo ou de Beja ou, ou, ou, ou. Os portugueses parecem-me tão competentes a fazer pão que até o "Pão Alentejano" da Casa Xandite da Costa da Caparica consegue ser estupendamente aceitável. Sempre me fez espécie.


* Este é, para todo e qualquer efeito, o melhor post menor do ano.

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Richard Burton em Bitter Victory, de Nicholas Ray.